Como todos nós sabemos, infelizmente existem catástrofes naturais que prejudicam quem menos merece. Foi este o caso que devastou toda a população do Haiti, no passado mês de Janeiro. Da população que foi afectada por esta catástrofe, a que mais ficou prejudicada, sem dúvida, foram as crianças Haitianas. Algumas sem uns dos pais, outras orfãs e ainda outras completamente sozinhas, são várias as que ficaram feridas e com medo, a precisarem não só de apoio médico, como também de psicológico e afectivo.
É a pensar nestas crianças, e não conseguindo ser indiferentes ao seu sofrimento, que os portugueses se encontram preparados a prestar todo a ajuda possível.
É este o assunto que trata a notícia que apresentamos esta semana.
"Muitos portugueses têm contactado organizações para saberem como podem adoptar crianças haitianas que ficaram sem família por causa do terramoto. No entanto, as instituições ainda não sabem que resposta dar.
À Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) não param de chegar manifestações de portugueses dispostos a adoptar crianças haitianas vítimas da tragédia, de acordo com a porta-voz da instituição.
Segundo Sara Sampaio, há quem considere o "sonho de uma vida" a adopção de uma criança que passa por uma tragédia como a que assolou o Haiti.
Esta organização ainda não está a dar resposta aos pedidos de informação, porque ainda não sabe qual o melhor encaminhamento.
A CVP destaca, contudo, a grande solidariedade dos portugueses que não param de se oferecer para ajudar, seja na intenção de adoptar uma criança que ficou sem família ou na disposição de ir para o Haiti "fazer o que for preciso".
Também Cristina Henriques, presidente da Bem Me Queres - organização que tem como objectivo a promoção da adopção em Portugal e o exercício da actividade de mediação da adopção internacional - disse que foram já vários os contactos recebidos de portugueses interessados em adoptar uma criança haitiana.
Estes candidatos são, essencialmente, pessoas que aguardam por uma criança para adoptar e que, nestas alturas, "querem ajudar as crianças e dar-lhes todo o seu amor".
"Precisamos é de saber se os portugueses podem fazê-lo [adoptar crianças haitianas], pois este processo implica acordos bilaterais e, em cenários de calamidade, não são aconselháveis as adopções internacionais", disse.
Cristina Henriques acrescentou que há famílias que são separadas pela tragédia, mas que podem voltar a reunir-se, pelo que "a adopção imediata pode ser contraproducente". "
in "Económico com Lusa" - 18/01/10
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Frase da Semana:
"A educação para o sofrimento, evitaria senti-lo, em relação a casos que não o merecem." - Carlos Drummond de Andrade